Hidrelétrica das Três Gargantas
A construção da Usina de Três Gargantas foi iniciada em 3 de dezembro de 1992, e esteve envolta em polêmica pelo seu imenso impacto ambiental. Até fins de 2004, quatro turbinas entraram em funcionamento. Em 2009, com 26 turbinas instaladas, a capacidade concebida da barragem deverá ser de 18 200 megawatts, ultrapassando a potência de Itaipu, até então a maior usina hidrelétrica em potência instalada no mundo. Entretanto, o Rio Paraná, onde Itaipu está instalada, em função de sua hidrologia favorável face à do Rio Yang-Tsé, onde se localiza a usina de Três Gargantas, garantirá que Itaipu seja a maior usina hidrelétrica do mundo em energia gerada.
O vertedouro está projetado para ter uma vazão de 110 000 m³/s e vai ser, junto com o da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins, o maior do mundo em vazão. Diversas empresas brasileiras de consultoria participaram no projeto, tendo em vista a vasta experiência do Brasil com as grandes usinas de Itaipu e Tucuruí, dentre outras. Empresas brasileiras também participam das obras civis.
O construtor Wu Chuanlin, com cerca de 50 anos, começou a lidar com a obra em 1996. "Participei da construção de várias obras, e a usina das Três Gargantas é a maior que vi até agora. Tenho honra e orgulho por ter participado desta gigante obra que marca a história chinesa." Segundo o cronograma de construção, em novembro de 2006, foi efetuada a segunda represa provisória, e em 2005, o reservatório começou a encher. A eclusa entrou em funcionamento e o primeiro grupo de geradores começou a funcionar, entrando parcialmente em funcionamento. Ao ser concluída, a obra das Três Gargantas passou a ter como função a prevenção de enchentes, a geração de energia e facilitar o transporte fluvial, e por isso, ela desempenha um papel importante no futuro desenvolvimento sócio-econômico da China.
Desde o início da construção, o governo chinês e os engenheiros priorizaram a qualidade da obra. Comentando isso, um dos diretores do Projeto das Três Gargantas, Cao Guangjing, disse que a obra é umas das mais difíceis do mundo e na história. Durante o processo de construção, ocorreram alguns problemas, porém já foram resolvidos, e não vão deixar riscos potenciais na obra. "Temos um complexo controle de qualidade. Primeiro, as construtoras realizam uma auto-avaliação, segundo, há empresas que fazem a supervisão, terceiro, a nossa corporação, também vai verificar os resultados dos exames, e quarto, funcionam três centros técnicos e uma comissão de controle de qualidade para realizar o macro-controle em toda a obra. Além disso, a construção está submetida à supervisão de um grupo especial do Conselho de Estado, que inspeciona o projeto duas vezes por ano."
Entre todas as medidas, a mais importante é a instituição supervisora independente. Xu Chunyun, engenheiro que trabalha na entidade de supervisão disse: "Colocamos até 293 supervisores no canteiro da obra, que trabalham 25 horas por dia, assegurando que há sempre um supervisor acompanhando o processo de construção." Além disso, há quatro auditoras chinesas de prestígio trabalhando no setor, e outras empresas estrangeiras, entre elas a Electricité de France, o Bureau Veritas e a Empresa Spie, também da França e a empresa americana Harza.